![]() O idealismo, a tenacidade, a humildade, a perseverança, a visão de futuro, a inteligência privilegiada, a sensibilidade, qualidades que quando reunidas em uma pessoa formam o gênio; são características que marcaram a personalidade do "Pai da Aviação". Alberto Santos Dumont é um símbolo, um exemplo a ser seguido. Homem insigne, pois demonstrou caráter imaculado, patriotismo e amor ao semelhante. Nasceu a 20 de julho de 1873 na fazenda Cabangu, em Minas Gerais. Com dois anos, apenas, mudou-se para Ribeirão Preto, município de São Paulo, onde seu pai, Henrique Dumont, estabelecera-se numa fazenda de café (Arindeuva), onde graças a dez anos de esforços, tornou-se o "Rei do Café". Ainda nos idos de sua infância, o jovem Alberto adorava empinar papagaios e passar horas submerso nos livros de Júlio Verne. Desde cedo, Santos Dumont demonstrava grande habilidade manual e acentuada queda por mecânica, ao ponto de com onze anos apenas, dirigir a locomotiva da fazenda de seu pai. Santos Dumont vê na Europa o caminho para a concretização de seus sonhos e, por isso, parte para Paris em 1892, pouco antes da morte de seu pai. No Velho Mundo, experimenta várias aventuras, como alpinismo, corrida de carros, etc, antes de tomar a estrada que o levaria ao ápice de sua vida. Em 1898 constrói seu primeiro balão esférico, o qual ele chamou "BRASIL", o único que teve um nome. Introduziu vários aperfeiçoamentos nos balões que seguiram ao "BRASIL", com o fito de torná-los mais resistentes e com o mínimo possível de peso. Depois disto, uma sucessão de fatos, inventos e balões o colocariam para sempre na História da Aviação. Conquista vários prêmios com uma série de dirigíveis que ele mesmo desenhava e pilotava. Chegava o momento que realmente justificaria o fato de ter sido cognominado "Pai da Aviação". Era o dia 23 de outubro de 1906. O jornal parisiense "Le Matin" escrevia: "O aeroplano voa. A emoção é geral. Santos Dumont parece transportado por um pássaro de contos de fadas". Sim, Santos Dumont, no Campo de Bagatelle, voara num aparelho mais pesado que o ar. O 14-Bis realizava um sonho de infância de Santos Dumont e este realizava a aspiração de séculos da humanidade. Depois do 14-Bis houve muitos outros aviões, mas em 4 de janeiro de 1910 ocorreu uma tragédia. Santos Dumont sofre um acidente, onde o Demoiselle II foi totalmente destruído. Era seu último vôo. Anos mais tarde, profundamente arrasado com o rumo que tomou seu invento, Santos Dumont é levado para um período de descanso no Guarujá. Um sonho que lhe trouxera muitas alegrias, agora começava a matar também no Brasil. Era o ano de 1932 e Santos Dumont, às 11 horas do dia 23 de julho, suspirava pela última vez. Profundamente perturbado psiquicamente, suicidou-se. A História registra uma de suas últimas frases: "Criei um aparelho para unir a humanidade, não para destruí-la", frase esta que traduz a filosofia de toda sua vida. E por tudo isto a FAB o consagrou como seu patrono e concedeu o título de Marechal-do-Ar, ao "primeiro e maior de todos os aviadores". O final da vida de Alberto Santos Dumont lembra-nos o lendário personagem helenístico Prometeus, que roubou o fogo dos deuses, segredo da vida e, por isso, foi castigado por eles. Prometeus foi levado ao Monte Cáucaso, onde a águia, filha de Tífon e de Esquidna, deveria devorar-lhe eternamente as víceras. Santos Dumont roubou dos Deuses o privilégio do vôo, o homem invadia seus domínios e foi castigado por eles, que lhe tiraram a geniosidade e condenaram-no à insanidade. |