Serviste
com amor à liberdade Em uma guerra de além mar, Nela, com exímia habilidade, Tiveste na defesa da verdade A glória que soubeste conquistar |
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Ardoroso
ideal, eis o motivo |
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Porque, sublime, honraste uma raça Ungimos o teu nome altivo Avante, Primeiro Grupo de Caça ! |
![]() Como não poderia deixar de ser, o Brasil, pelo grande potencial que representava e pela sua posição estratégica, começou a atrair a atenção daqueles conquistadores, que já lançavam suas primeiras unidades marítimas para operar na costa do Brasil. Dezenas de navios mercantes afundados, centenas de mortos, tudo isso fez com que nosso país, em agosto de 1942, declarasse guerra às Potências do Eixo. A FAB, recém-criada pela fusão da Aviação Militar com a Aviação Naval, que já se encontrava, na época, num intenso trabalho de patrulha do nosso litoral, utilizando até aviões de treinamento, teve também que se desdobrar para desempenhar as novas funções de guerra, que com certeza surgiriam. A falta de aviões adequados foi sendo superada aos poucos com a chegada de modernos e equipados aviões de patrulha e de caça vindos dos estados Unidos, país também interessado na defesa do Atlântico Sul e que, no início, colaborou para dar mais operatividade à FAB. A falta de experiência dos pilotos era sanada pela coragem e perícia que estes apresentavam, não só na fase de treinamento como, também, na luta real. Rapidamente foi organizado um grupo de caça, cuja finalidade principal seria a operação de guerra nos céus da Itália, palco para onde se dirigiu, também, a Força Expedicionária Brasileira. Modernos aviões, treinamento intensivo,
mas principalmente, valorosos pilotos fizeram desse Já no início de outubro de 1944, após exaustivas preparações, inclusive no exterior, o Primeiro Grupo de Caça da FAB, comandado pelo então Major Aviador Nero Moura, desembarcou na Itália pronto para a mais sublime missão de qualquer pessoa: lutar pela liberdade, pela sua Pátria. A quatorze de outubro, tremulava sobre tosco mastro de madeira, a primeira Bandeira Brasileira a atravessar os mares em nome da Força Aérea. No acampamento de Tarquínia, ao norte de Roma, o Primeiro Grupo de Caça incorporava-se ao 350º Regimento de Caça da USAF, que apoiava a ação de exércitos americanos e ingleses na luta pelo domínio do norte da Itália. Pouco tempo levou para que aqueles aviões, tão bravamente pilotados, dessem uma amostra do que era realmente aquele pequeno grupo de brasileiros. Centenas de investidas, dezenas de missões num só dia, fulminantes ataques, milagrosas salvações e, porque não dizer, heróicas mortes fizeram do Primeiro Grupo de Caça algo a ser imitado e merecedor dos diversos elogios que recebeu. Aviões, pilotados por jovens de até vinte anos, conduziram em sua fuselagem, naquelas quase loucas missões, um avestruz armado e protegido por um escudo com o Cruzeiro do Sul, como a lembrar a atitude de guerra de um homem, tendo como principal proteção e motivação o símbolo de sua terra, símbolo composto de estrelas, como aquelas do céu onde eles reinavam. O grito de guerra "Senta a Púa" fazia-se ouvir por todos os lugares e a todos os tempos, não só nos regressos de missões bem sucedidas, como na queda, em território inimigo, de um avião abatido. Foi com isso, muitas vitórias, heroismo e abnegação, que o Primeiro Grupo de Caça deixou gravado, na Europa, o nome de um povo que soube, antes de mais nada, defender sua liberdade, sua honra, sua glória e sua Pátria. |